sexta-feira, 30 de julho de 2010

Maconha, cérebro e saúde

No post passado, em que citei um estudo publicado no blog de uma bióloga doutoranda, aqui farei mais uma citação.

Sidarta Ribeiro, de apenas 40 anos, é doutor em neurociências pela Universidade Rockfeller (EUA) e concluiu seu pós-doutorado pela Universidade Duke (EUA). Escreveu em co-autoria com Renato Malcher-Lopes o livro “Maconha, cérebro e Saúde”, onde descreve as propriedades medicinais, desmistifica e esclarece mitos sobre os efeitos psicológicos e comportamentais da maconha.

Sidarta explica como a droga ilegal mais consumida no mundo
sai da posição de vilã para promessa da medicina e da neurociência.

Em 2005, voltou para o Brasil e assumiu o posto de diretor de Pesquisas Científicas do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IIN-ELS). É ainda professor colaborador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pesquisador do Instituto de Ensino e Pesquisas do Hospital Sírio Libanês, e Pesquisador-colaborador da Duke University.

Nesse link abaixo, você confere uma entrevista em que ele responde questões como a barreira de ilegalidade, a importância científica da planta, a atuação da erva no sistema endocanabinóide humano, quais doenças podem ser tratadas pela erva, a ação antitumoral da planta e outras coisas mais, é muito interessante.


http://tristefimdelilybraun.blogspot.com/2010/06/um-santo-remedio.html

Aqui você confere a página dele no Wikipédia, aqui uma matéria especial da revista TRIP.



Clicando aqui, você pode conferir um post que fiz falando sobre estudos que relacionam a maconha e o câncer.

terça-feira, 27 de julho de 2010

"Cânhamo para o triunfo!" - Campanha americana que encorajava o plantio da cannabis!

Nesse post falarei exclusivamente sobre uma parte da história dos EUA que foi bastante controversa. Ficou um pouco grande, mas é por causa das fotos, tem muita coisa interessante!

Em 1942, o governo dos EUA fez um vídeo chamado "Hemp for victory" (literalmente "Cânhamo para o triunfo"!) encorajando os fazendeiros americanos a cultivarem maconha para a produção de sua fibra, já que as fibras importadas estavam escassas. Mas o vídeo vai além disso, explica a história da planta e sua importância, mostra inclusive como se planta, como se faz a colheita e como se processa (e tudo com detalhes!).

Lembrando que em 1989, a biblioteca do congresso e o departamento de agricultura dos EUA alegaram que esse filme não foi produzido por eles e nem por nenhum outro departamento.

Mas felizmente duas cópias VHS foram recuperadas por Jack Herer, Maria Farrow e Carl Packard!

E agora, em parceria com o Hempadão, esse vídeo pode ser visto exclusivamente com legendas:






Apesar de hoje em dia o senso comum ser a proibição, a maconha já foi muito utilizada no passado pra milhares de coisas, vocês não fazem ideia de como ela esquentava a economia.

Embora as leis não sejam muito favoráveis hoje em dia, Kentucky e Wisconsin eram os estados com as maiores produções de cânhamo de todo os EUA.


O cânhamo em Kentucky:

A primeira safra foi plantada em 1775. De 1840 a 1860, Kentucky atingiu seu pico de produção e em 1850 tinha 40 mil toneladas, equivalente ao valor de $5 milhões. Fábricas produziam cordel, cordas e estopas para veda de veleiros e ensacamento de algodão. A maior safra do estado até 1915. O mercado se enfraqueceu pela concorrência da juta, que era vendida sem tarifa. Para ajudar a guerra, o cânhamo foi novamente cultivado durante a 2ª guerra mundial. Veja mais.




Essa placa se localiza do lado de fora do tribunal do condado de Jessamine, em Kentucky. Ela diz:

Um dos condados que mais produziam, era o 3º em valor de produção e em fábricas de cordame, com 14 em atividade em 1840. O pico de sua produção foi atingido em meados de 1800, rendendo mais de mil toneladas por ano, com o valor de $125 mil. Em 1889, foi um dos três condados Bluegrass (apelido dado devido à Poa annua, uma espécie de capim que crescia na região) que juntos plantaram mais do que a metade de todo o cânhamo produzido no país.

E ainda encontrei isso aqui...

São dois selos de “tributação especial” (um imposto criado para quem lidava com maconha) do governo permitindo a produção de maconha e o outro como se fosse um alvará para para abertura de um dispensário de maconha medicinal. Pessoais e intransferíveis, os selos valiam por um ano.

E pra finalizar isso aqui...



Uma rua com o nome: "Rua do cânhamo"!
Ela ainda existe com esse nome e pode ser vista no AQUI pelo googlemaps.


Eu fico abismado como esse tipo de informação não se dissemina, é incrível demais. Os valores se inverteram completamente e agora a desinformação e a manipulação estão tomando conta da cabeça de muita gente.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Capítulo 2 - Parte I

Capítulo 2

Um breve resumo das utilidades do cânhamo

Nosso desafio ao mundo: tente nos provar que estamos enganados!

Se todos os combustíveis fósseis e seus derivados - tais como o uso das árvores para produção de papel e construções - fossem banidos a fim de salvar o planet
a, reverter o quadro atual do Efeito Estufa e acabar com o desmatamento;

Existe apenas uma fonte natural renovável anual que é capaz de fornecer a maioria absoluta de toda a demanda mundial de papel e têxtil; unindo todas as necessidades globais de transporte, industria e energia; simultaneamente reduzindo a poluição, reconstruindo o solo e limpando a atmosfera, tudo ao mesmo tempo...


E essa fonte é – a mesma que já fez isso anteriormente – a MACONHA (cânhamo, marijuana, cannabis)!


A marinha e as embarcações

Noventa por cento* de todas as velas dos navios (desde antes dos fenícios, de pelo menos desde o século V A.C. até depois da invenção e comercialização dos navios a vapor – da metade ao fim do século XIX) eram feitas de cânhamo.

*Os outros 10% eram geralmente feito de linho ou de fibras secundárias, como rami, sisal, juta e abacá.





(Abel, Ernest, Marijuana: The First 12,000 Years, Plenum Press, 1980; Herodotus, Histories, 5th Century B.C.; Frazier, Jack, The Marijuana Farmers, 1972; U.S. Agricultural Index, 1916-1982; USDA film, Hemp for Victory, 1942.)


Clique aqui para a versão em inglês.

Qualquer dúvida, sugestão ou crítica sinta-se livre para postar um comentário!

Lembrando que o capítulo 1 já pode ser baixado através desse link!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A maconha é um remédio eficaz?

É claro que essa questão transcende o que eu vou abordar agora, não vou dar uma resposta definitiva. Nesse post quero mais uma vez mostrar como são as divergências entre os profissionais da área de saúde.

Navegando pela internet, descobri um blog de uma bióloga doutoranda em genética humana e nele continha o seguinte post:

"Maconha é ineficaz para o tratamento de Alzhei
mer

Estudo científico comprova que a maconha é ineficaz contra o mal de Alzheimer e destrói neurônios"

Achei muito esquisito e resolvi pesquisar.

O estudo na verdade ao invés de usar THC isolado ou a própria maconha
mesmo, usou um canabinóide sintético, o HU-210, que é entre 100 e 800 vezes mais potente que o THC natural e com maior duração.

Aqui vai uma comparação entre as duas moléculas:


THC: C21H30O2


HU-210: C25H38O3

Fonte: Wikipédia

É difícil dar credibilidade a uma pesquisa dessas, não que ela seja inútil, mas parece que ela já é feita com o propósito de piorar a reputação da maconha, o título é completamente tendencioso: "A maconha é ineficaz" e ainda aproveita para falar que "destrói neurônios". No post do blog dela, tinha um link para o estudo em inglês:


http://www.publicaffairs.ubc.ca/2010/02/08/marijuana-ineffective-as-an-alzheimer%E2%80%99s-treatment-ubc-vancouver-coastal-health-research/

É engraçado porque eu encontrei isso:

"The researchers also found that HU210-treated mice had just as much plaque formation and the same density of neurons as the control group."

Os pesquisadores também descobriram que os ratos tratados com HU-210 tinham a mesma formação de placa e a mesma densidade de neurônios se comparados ao grupo de controle.

É assim que começa a desinformação...

“Our study shows that HU210 has no biological or behavioural effect on the established Alzheimer’s disease model,”

Nosso estudo mostra que o HU-210 não tem efeitos biológicos ou com
portamentais no mal de Alzheimer.

Eu não sou da área de saúde e posso me considerar completamente incapaz de fazer algum tipo de julgamento, mas quando se pesquisa, não é melhor usar o NATURAL ao invés do SINTÉTICO?

Ainda mais pra depois gerar essas afirmações. HU-210 é HU-210, não é maconha e nem THC. Por mais que possa ser algum procedimento padrão na ciência, igualar substâncias sintéticas e naturais é um tanto quanto exagerado e prepotente. A pesquisa é sobre um elemento da natureza e seus efeitos e os cientistas o reproduzem e utilizam essa substância "similar" como parâmetro para descobertas.

Não usar o THC numa pesquisa sobre seus próprios efeitos não me faz muito sentido.


Estão em inglês, mas aqui vão algumas pesquisas sobre o mesmo assunto porém utilizando o THC ao invés de qualquer outra molécula sintética:

http://www.futurepundit.com/archives/003641.html -
THC bloqueia a formação das placas do mal de Alzheimer.

http://www.encod.org/info/THC-vs-Alzheimer-s.html -
Ingrediente ativo da maconha se mostra como inibidor de placas que seriam responsáveis pelo mal de Alzheimer.

http://www.webmd.com/alzheimers/news/20061006/marijuana-may-slow-alzheimers - A marijuana pode abrandar o mal de Alzheimer.

http://www.livescience.com/health/061005_alzheimers_marijuana.html - Ingrediente chave da maconha pode combater o mal de Alzheimer.

O mais interessante é que essas pesquisas mostram que o THC parece ser mais eficiente do que os remédios atuais contra o mal de Alzheimer.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Caso Pedrada - as leis são cumpridas em igualdade?

Recentemente, eu acabei lembrando de quando o Marcelo Anthony foi preso comprando maconha e fui pesquisar sobre.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u92990.shtml

Ele é muito sem noção. Comprou 100g de maconha
em frente ao hotel que ele estava hospedado e ainda pagou em CHEQUE, caracterizando o crime. Foi preso no dia 17/04/04, um sábado a meia-noite. As 11 horas da manhã ele já tinha sido liberado. Por que?


"... o juiz-plantonista do Judiciário de Porto Alegre, Mauro Borba, decidiu liberar o ator por julgar que ele não se enquadrava como traficante. De acordo com Borba, o ator, que comprou 97 g de maconha, foi solto por volta das 8h de hoje."

" 'Pelos elementos apresentados, a conduta não se enquadrava em tráfico, mas em usuário', diz Borba. "




Lembrando que o caso do Anthony foi em 2004 e
a lei 11.343 só foi sancionada em 2006!


Ela estabelece que:


Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm

Em 2010, mesmo com essa lei em vigor, o Pedrada passou 14 dias na prisão.
E só foi solto porque houve muita militância e luta pela justiça.
O pessoal do Hempadão, junto com o Renato Cinco e os advogados da marcha da maconha tiveram que lutar muito para que houvesse cumprimento da lei.

Essa parcialidade é que incomoda. Em 2004, Anthony com 100g, uma quantidade que provavelmente seria julgada hoje como tráfico, foi solto algumas horas depois porque o juiz declarou que ele era apenas usuário, simples assim.

Aqui fica meu questionamento.
Por que algumas
pessoas são mais que as outras? Não é uma democracia?

Quem, nos olhos da justiça, teria que ter ficado 14 dias preso?


Um cara que planta para não sustentar o tráfico e claramente é só usuário ou um ator que compra 100g de maconha prensada na porta do hotel?


NÃO COMPRE, PLANTE:



Créditos da foto ao Hempadão.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A maconha e as outras drogas II

Por incrível que pareça, até o site do Terra, detentor de várias pérolas de desinformação, possui notícias confirmando que o uso da maconha é menos prejudicial que o tabaco ou o álcool.

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3230437-EI8147,00-Estudo+maconha+e+menos+prejudicial+que+alcool+ou+tabaco.html

Algumas declarações muito boas podem ser encontradas:

“... o relatório sugere que os governos devem "reconsiderar seriamente" a sua atual política repressiva sobre a maconha baseado no fato de que apenas duas mortes diretamente atribuídas à droga foram registradas no mundo, enquanto o álcool e o tabaco matam 150 mil pessoas ao ano apenas no Reino Unido.

E também:

Muitos dos males associados à cannabis são, na verdade, uma conseqüência da proibição mais do que da própria substância. Isso acontece em particular pelos os prejuízos sociais a partir de detenções e prisões", diz o relatório. “Só através de um mercado regulamentado pode-se proteger melhor os jovens de outras formas mais poderosas de dependência de tóxicos’, acrescenta.”

Eu acho interessante fazer essa ressalva, pois são premissas que servem de argumento para a proibição em si, independente do país.

E só uma observação boba: o pessoal da tradução do Terra parece que aprendeu inglês só na escola: “... os que defendem que temos de perseguir o tráfego.” O “tráfego” de drogas?

Achei que esse texto comparativo entre a maconha e o álcool muito interessante. No final, não se defende o uso nem de um e nem de outro e mostra com clareza e imparcialidade como funcionam os efeitos das duas drogas no organismo:

http://www.colband.com.br/edutech/webquest_template/docs2/Maconha%20ou%20%C1lcool%20%20q10.htm



Também encontrei outras duas pesquisas muito esquisitas... Olha isso:

http://www.prdu.unicamp.br/vivamais/noticias/noticias_02.html

“Em alguns países como no Canadá, por exemplo -, a maconha já constitui a 2ª droga responsável pelos acidentes nas estradas, sendo a 1ª, evidentemente, as bebidas alcoólicas.”

Esse site da Unicamp não me deu nenhuma fonte, não consegui descobrir nada sobre como chegaram a essa conclusão. É bem a cara de sites de “prevenção ao uso de psicoativos”, enfim... Depois disso eu pesquisei bastante sobre a direção influenciada pelo uso da maconha e descobri muita coisa, tanta coisa que já rendeu mais um post.

A única coisa que eu encontrei que “condenava” essa combinação foi esse estudo:

http://www.braha.org/pt/drogas-psicoativas/256

“Estudo: maconha triplica risco de acidente fatal”

Na boa, depois de ler tudo (que não é muito) eu ainda não entendi o porquê do título. Não faz muito sentido, no meio do nada soltam essa frase, que não tem nada a ver com o que eles estão falando:

“Maconha pode antecipar esquizofrenia”

Sem contar que tudo se baseia numa pesquisa do efeito das drogas em geral no volante, eles não parecem discernir direito cada uma. Eu não entendi direito como chegaram a conclusão do título. A fonte que esse site usou foi o “Terra” e eu não encontrei nada no site do Terra.

“Os cientistas analisaram os resultados de exames de consumo de drogas e álcool feitos por 10.748 pessoas que se envolveram em acidentes fatais entre 2001 e 2003.”

E eles ainda nessa pesquisa maluca chegam a essa precisão:

“No entanto, os autores da pesquisa dizem que mesmo fumar uma quantidade pequena duplica o risco de acidente, enquanto quantidades maiores poderiam mais que triplicar o risco.”

O engraçado também é que me parece que o foco é ser uma notícia “anti-maconha” pelo título avassalador. Mas no meio de um parágrafo, o álcool se mostra muito mais maléfico:

“De todos os motoristas que foram submetidos aos testes, 7% haviam fumado maconha antes de pegar o volante. O número, porém, é muito inferior ao dos que estavam sob o efeito de álcool, 21,4% do total.”

“Os pesquisadores afirmam que cerca de 2,5% dos acidentes fatais podem ser diretamente atribuídos ao uso de maconha, enquanto 28,6% dos casos fatais podem ser atribuídos ao álcool.”

Nada fica claro... Os motoristas estavam sob efeito exclusivo da maconha? E esses motoristas estariam “envolvidos” em acidentes fatais? Estar envolvido é diferente de causar. Não é culpa do indivíduo se ele fuma um e depois um caminhão bate na traseira dele. Eu achei isso tudo muito tendencioso e vago.

O pior é que no fim ainda tem essa frase:

“ATENÇÃO: todos os textos publicados no site BRAHA.ORG têm como objetivo servir de fonte de informações técnicas e científicas para consulta e pesquisa de todos aqueles que desejam saber sobre os temas tratados.”

Isso significa que se eu estou pesquisando sobre o uso da maconha sob o volante e suas consequências eu posso, teoricamente, confiar num estudo de meia página vago e tendencioso que ainda faltam muitas explicações? Pra mim, isso é falta de critério na hora da publicação e me faz pensar que pode ser só uma vontade de disseminar desinformação de qualquer jeito.

No site da Braha, eles citam o BMJ (British Medical Journal) como fonte oficial do estudo, mas eu fui ao site deles e não consegui achar nada sobre o uso da maconha triplicar ou causar ou ser a principal causa de acidentes fatais, tentei várias combinações.

Acabei encontrando a mesma notícia no site da BBC Brasil, mas mesmo assim, sem link para a pesquisa original. A minha opinião é que essa informação fosse tão precisa e verdadeira como ela tenta passar a imagem, já teria sido usada em debates contra a legalização. É uma das únicas que eu encontrei na internet que condena a combinação. Cheguei até a encontrar umas notícias afirmando que o uso de maconha combinado ao volante poderia dobrar (ao invés do original triplicar) e tinha números muito parecidos com o “estudo” original. Além de alegar a BMJ como fonte.

http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&langpair=en|pt&u=http://alcoholism.about.com/od/pot/a/pot_driving.htm

O mesmo número de acidentes fatais (10.748), as mesmas porcentagens e a mesma fonte. A diferença é que a premissa é que “dobram” os riscos.

Como eu já disse, farei um post exclusivo só sobre estudos do tema. Não sei se esse acabou ficando meio entediante, mas é que eu achei muita informação uma em cima da outra.

Antes de qualquer coisa, eu não indico, aconselho ou apoio esse hábito, só estou aqui para questionar a informação.

domingo, 18 de julho de 2010

A maconha e as outras drogas I


Eu acho muito interessante essa comparação devido ao tratamento escrachado que o álcool e o cigarro recebem pela sociedade. Ser universitário e negar uma cerveja hoje em dia é quase encarado como uma doença. Não fumar cigarro alegando saúde é quase caretice, existe até o rótulo de “geração saúde”. Mas se você fuma maconha... Enfim, vou começar com esse estudo que eu achei muito interessante.

http://www.alternet.org/drugs/147392/pot_versus_alcohol%3A_experts_say_booze_is_the_bigger_danger/

O título e o subtítulo já são a introdução perfeita:

Pot Versus Alcohol: Experts Say Booze Is the Bigger Danger

For more than three decades, America's marijuana policies have been based upon rhetoric. Perhaps it's time to begin listening to what the experts have to say.

Maconha versus álcool: Experts dizem que a bebida traz perigos maiores

Por mais de três decadas, a política americana da maconha se baseou em re
tóricas. Talvez seja hora de começar a ouvir o que os experts têm a dizer.

A notícia começa contando um pouco da história dos EUA, falando sobre o governo de Nixon (responsável por declarar guerra as drogas) e explica que Art Linkletter (um apresentador de TV) mudou de idéia sobre a maconha depois de conversar e ouvir a opinião de Nixon. Art critica a política de drogas adotada, pois resultou na prisão de 800 mil americanos.

Em 1990, a World Health Organization juntou uma gama de experts com o fim de fazer uma pesquisa com os efeitos da maconha na saúde e na sociedade em comparação às outras drogas. A conclusão dos cientistas foi:

"Overall, most of these risks (associated with marijuana) are small to moderate in size. In aggregate they are unlikely to produce public health problems comparable in scale to those currently produced by alcohol and tobacco On existing patterns of use, cannabis poses a much less serious public health problem than is currently posed by alcohol and tobacco in Western societies."


No geral, a maioria dos riscos (associados à maconha) são muito pequenos para mensurar. Ainda mais, é improvável que ocorram problemas na saúde pública, se comparados aos problemas atuais causados pelo álcool e o tabaco. Nos padrões atuais de uso, a cannabis mostra muito menos perigo na saúde pública do que o álcool e o tabaco mostram hoje nas sociedades ocidentais.

Inclusive teve um estudo similar na França em 1998, em que resultados semelhantes foram encontrados. Os cientistas franceses dividiram as drogas em três categorias e no final das contas, enquanto o álcool, a cocaína e a heroína ficaram no most dangerous category (categoria mais perigosa), a maconha posed the least danger to public health (se mostrou como uma das que seriam menos perigosas para a saúde pública).

Em 2002, um comitê especial do senado canadense fez uma revisão exaustiva da maconha e o resultado mostrou que “esmagadoramente” que a cannabis é substancialmente menos perigosa que o álcool e deveria ser tratado na área da saúde pública e como um problema social, não como um crime.

Em 2007, na Austrália, numa pesquisa sobre o efeito das drogas na sociedade, chegou-se a conclusão de que o álcool era responsável por 3,2% de todas as doenças e danos e que o álcool era um grande contribuinte no número de mortes. Enquanto isso, a maconha era responsável por nenhuma morte e 0,2% das doenças e danos.

Na Califórnia, em 1989, a conclusão foi que a cannabis era responsável por menos estragos a sociedade do que o álcool e os cigarros.

Em seguida, o estudo termina com a frase do subtítulo:

Por mais de três décadas, a política americana da maconha se baseou em retóricas. Talvez seja hora de começar a ouvir o que os experts têm a dizer.

Eu ia por vários estudos e fazer vários comentários, mas o assunto é muito abrangente, o conteúdo é enorme. Vou postar com mais calma cada estudo e sempre fazendo as explicações, traduções e comentários.

Lembrando que qualquer crítica ou dúvida é sempre bem-vinda nos comentários!


PS: Infelizmente não tenho os links das pesquisas citadas no estudo, mas acho que o lugar de onde o estudo veio tem bastante credibilidade. É a alternet, um projeto inicialmente jornalístico, que é independente sem fins lucrativos que escreve sobre os mais variados assuntos com o seguinte lema:

"inspire citizen action and advocacy on the environment, human rights and civil liberties, social justice, media, and health care issues."

Inspirar a cidadania e a defesa e apoio ao meio ambiente, direitos humanos e liberdades civis, justiça social, os meios de comunicação e as questões de assistência médica.

sábado, 17 de julho de 2010

Ativismo

Antes de tudo queria falar que eu fiquei muito feliz com a repercussão que o infográfico que eu traduzi teve. Primeiro o Haznos postou e depois um amigo meu me mandou dois links de dois outros blogs que também postaram, e procurando no google acabei achando vários outros!

Foi muito ver que o trabalho todo que eu tive foi e está sendo recompensado! :)

Bom, nesse post eu quero mostrar duas coisas, primeiro é que eu fiz legendas em inglês pro vídeo da Diamba e tentei dar uma divulgada na mídia gringa canábica. Depois de alguns dias, eu recebi um e-mail do site WeedWorld falando que eles colocaram meu vídeo na seção de downloads! Fiquei muito feliz, o vídeo está aqui, do lado de outros muito fodas: http://www.weedworld.co.uk/downloads/.



E a outra novidade é que recentemente, junto com o pessoal do Hempadão, Renato Cinco e o produtor musical Thiago D'Angelo, eu tive a honra de dar uma ajuda na produção do jingle que o Renato Cinco vai usar na campanha! No maior improviso e pressa, dei uma ajudinha com uma guitarra base e contribui no coro. O resultado ficou muito foda, vocês podem ver aqui:





Aliás, o canal do YouTube do Renato Cinco é muito interessante, tem muitos vídeos legais, você pode conferir AQUI.

Friso alguns vídeos, como:

A maconha não é porta de entrada para outras drogas
Marcha da Maconha
Liberdade do Pedrada
Porquê legalizar a maconha.

Entre outros!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Maconha: Porta de entrada ou saída?

A maconha ser porta de entrada para outras drogas é um assunto bem polêmico, por mais que seja duvidoso e pouco embasado, segundo minha visão. É um dos argumentos mais utilizados nos debates e quando qualquer político se posiciona contra a legalização.

Recentemente eu encontrei um parágrafozinho tirado
daqui que faz muito sentido:


"Não necessariamente. O que ocorre na verdade (e que leva a essa noção equivocada de que a maconha seria a porta de entrada para outras drogas) é uma hierarquia na experimentação e no uso por parte das pessoas. Raramente alguém começa a usar direto cocaína sem ter pelo menos experimentado alguma bebida alcoólica ou cigarro (que são drogas legais mas que, podem também causar sérios problemas). Se uma pessoa tiver vontade de provar mais alguma coisa, é provável que ela experimente, dentro das drogas ilegais, primeiro a maconha, por ser mais barata e disponível. Mas não há nada de intrínseco (que pertença á ela) nessa substância que obrigue a pessoa a depois usar algo mais pesado e assim sucessivamente."

http://agenciabrasil.ebc.com.br/arquivo/node/376614 - Esse estudo "prova" por uma pesquisa que realmente a maconha é porta de entrada para outras drogas. Mas pra mim esse parágrafo que eu postei e o que eu já disse aqui desbanca tudo.

O pesso
al anti-maconha junta o fato da erva ser uma droga leve com os consumidores assíduos sem noção. O café é uma droga leve e vocês já viram que no infográfico que eu postei que mesmo assim ele pode ser fatal para algumas pessoas. E também é muito fácil falar que todos os usuário atuais de crack começaram com maconha, LOGO a culpa é da maconha.

O problema é que esse sofisma maldito acaba atingindo a maioria cega da população.
O interessante é que esse estudo que "prova" que a maconha é porta de entrada, tem um conteúdo um pouco paradoxal: "A coordenadora também disse que o álcool e o tabaco levam ao consumo de drogas ilícitas."

O que é porta de entrada afinal de contas? A maconha, o álcool ou o tabaco?

Só porque existe uma ordem lógica na hora de "experimentar" as drogas, não é motivo pra culpar uma droga por estar atrás de outras. A maconha é a droga mais popular do mundo e a mais acessível nas ruas e no tráfico, por isso que as pessoas a experimentam antes. E antes dela, a cervejinha, porque é ainda mais fácil e mais aceitada pela sociedade, muita gente começa a beber com a família ou com algum amigo que já tem 18 anos e consegue facilmente comprar.

Acabei escrevendo um pouco mais do que eu esperava, mas o objetivo desse post era mostrar essa experiência que psiquiatras da UNIFESP fizeram:

http://quiprona.wordpress.com/2010/05/23/tratamento-contra-o-crack/

Veja se não é INCRÍVEL:

"Durante três anos, um grupo de 50 viciados em crack se submeteu a uma experiência comandada por psiquiatras da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo): a combinação de terapia com maconha. O resultado do teste ganhou repercussão mundial, especialmente nos EUA, onde foi publicado em revistas científicas. Daquele grupo, 68% trocaram o crack pela maconha. Tempos depois, todos (vamos repetir, todos) os que fizeram a troca não usavam nenhuma droga."

Vale muito a pena ler a matéria toda, no final ainda citam um caso de um paciente que estava sofrendo com a quimioterapia e resolveu plantar maconha pra se cuidar. E o final da história desse indivíduo não poderia ser mais brasileiro:

"
...além de enfrentar o câncer, tem de responder a inquérito, acusado de ser traficante de drogas."

E aí, a maconha é porta de entrada ou saída das drogas pesadas?

Obs: Enquanto isso, na Argentina, onde o plantio para consumo próprio e o porte de pequenas quantidades de maconha não é mais crime, o casamento gay é oficializado. Nossos "hermanos" estão muito a nossa frente quando se trata de assuntos polêmicos.

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,senado-da-argentina-aprova-casamento-gay,581529,0.htm



quarta-feira, 14 de julho de 2010

15 coisas que você deve saber sobre a maconha

EDIT: Muito obrigado ao blog HAZNOS que postou a tradução desse infográfico!!! Você pode conferir o post aqui.

Vi que tava circulando pela gringa esse banner gigante informativo sobre a maconha e não pude deixar de traduzir.

Depois de algumas várias horas editando, recortando, colando, photoshopando e traduzindo... não sei se ficou perfeito pq estou todo enrolado, mas tá aí, pronto! Espero que vocês curtam!



Aqui o link pro original em inglês.
E aqui o traduzido em alta resolução (PNG).

Espero que ainda exista layout!

sábado, 10 de julho de 2010

A maconha pode ajudar no combate ao câncer

(Desculpe não postar mais traduções, mas elas estão em andamento e logo logo voltarão)
Chega de bad vibes com aquelas notícias!
Esse post será exclusivamente para as coisas boas!


"A maconha pode ajudar no combate ao câncer de pulmão"

http://www.webmd.com/lung-cancer/news/20070417/marijuana-may-fight-lung-tumors


"April 17, 2007 (Los Angeles) -- Cannabis may be bad for the lungs, but the active ingredient in marijuana may help combat lung cancer, new research suggests."

"Cannabis pode ser ruim para os pulmões, mas o componente ativo (THC) pode ajudar a combater o câncer de pulmão, sugerem pesquisas."

"Moreover, other early research suggests the cannabis compound could help fight brain, prostate, and skin cancers as well, Preet says."

"Além disso, novas pesquisas sugerem que o composto encontrado na cannabis pode ajudar a combater câncer de cérebro, próstata e de pele também, Preet diz."

"The findings were presented at the annual meeting of the American Association for Cancer Research."

"As descobertas foram apresentadas no encontro anual da Associação Americana de Pesquisa sobre o Câncer."

"
In the new study, the researchers first demonstrated that THC inhibited the growth and spread of cells from two different lung cancer cell lines and from patient lung tumors. Then, they injected THC into mice that had been implanted with human lung cancer cells. After three weeks, tumors shrank by about 50%, compared with tumors in untreated mice. "

"Em um novo estudo, pesquisadores pela primeira vez demonstraram que o THC inibiu o crescimento e propagação de células de duas diferentes linhas de células de câncer de pulmão e de tumores nos pulmões dos pacientes. E então injetaram THC em ratos que tiveram células de câncer de pulmão humano implantadas. Depois de três semanas, os tumores se reduziram 50% se comparado aos tumores dos ratos não tratados com THC."

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"A maconha pode ajudar no combate ao câncer cerebral"

http://www.webmd.com/cancer/brain-cancer/news/20090401/marijuana-chemical-may-fight-brain-cancer


"April 1, 2009 -- The active chemical in marijuana promotes the death of brain cancer cells by essentially helping them feed upon themselves, researchers in Spain report."

"O componente químico ativo na maconha promove a morte das células cancerígenas no cérebro por essencialmente fazer com que elas se alimentem entre si."

Ficou um pouco confuso, o que ele quer dizer é que:

"Guillermo Velasco and colleagues at Complutense University in Spain have found that the active ingredient in marijuana, THC, causes brain cancer cells to undergo a process called autophagy. Autophagy is the breakdown of a cell that occurs when the cell essentially self-digests."

"Guillermo Velasco e seus colegas na Universidade Complutense na Espanha descobriram que o ingrediente ativo na maconha, o THC faz com que as células cancerígenas cerebrais sofram um processo chamado autofagia. Autofagia é a destruição de uma célula que ocorre quando a célula se auto-digere."

"The team discovered that cannabinoids such as THC had anticancer effects in mice with human brain cancer cells and people with brain tumors. When mice with the human brain cancer cells received the THC, the tumor growth shrank."

"O grupo descobriu que canabinóides como o THC tem efeitos anti-cancerígenos em ratos com células humanas cerebrais cancerígenas e em pessoas com tumor no cérebro. Quando os ratos com as células humanas infectadas receberam THC, o tumor começou a encolher."

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Nesse site também é possível encontrar pesquisas falando sobre o malefício do uso exagerado da maconha. Como "O uso da marijuana pode diminuir seu cérebro" postado anteriormente.

A diferença é que ele não me parece ser tendencioso e explica os dados e como foram feitas as pesquisas. Site sério é outra coisa... Não quero defender o uso nem nada, só quero mostrar o que se pode achar por aí. Existe muita informação, vocês não fazem ideia.

Não sei se isso tudo que eu escrevi é verdade de fato, como já disse antes, não há consenso pra nenhum dos lados, mas de qualquer forma é bem interessante analisar o que temos aí.

Quem quiser "acreditar" nas notícias toscas como "Brownies de maconha podem causar doenças", que acredite. O problema é que a credibilidade de uma notícia dessas é 0 (como pode ser visto aqui)!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Imprensa amarela

O uso da maconha pode diminuir o cérebro!

http://www.webmd.com/brain/news/20080602/marijuana-use-may-shrink-the-brain

"In the study, researchers used high-resolution magnetic resonance imaging to compare the brain structure of 15 men who smoked more than five joints of marijuana daily for more than 10 years with images from 16 men who did not smoke pot."

"No estudo, pesquisadores usaram máquinas de ressonância magnética com alta resolução para comparar a estrutura cerebral de 15 homens que fumaram MAIS QUE 5 CIGARROS DE MACONHA DIARIAMENTE POR MAIS DE 10 ANOS com imagens de 16 homens que nunca fumaram maconha."

Fumar mais de 5 baseados de maconha por dia (que até hoje não sabemos qual seria o "tamanho" desses baseados) é praticamente impossível e ainda mais, por mais de 10 anos! Isso seria o equivalente a mais ou menos 19.000 baseados.

Também é interessante ressaltar que, acima de tudo, qualquer substância existe um limiar de consumo. Nenhum excesso faz bem. Até água:

http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2007/01/15/ult1806u5300.jhtm

"Jennifer Strange, de 28 anos de idade e mãe de três filhos, morreu na sexta-feira depois de beber mais de dois litros de água no concurso 'Hold your Wee for a Wii' (jogo de palavras que em português poderia ser traduzido como segure seu xixi por um Wii), organizado pela rádio KDND 107.9 de Sacramento, Califórnia."


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1390590-5602,00-HOMEM+FUMA+MIL+CIGARROS+DE+MACONHA+MEDICINAL+E+ESTABELECE+RECORDE.html

Curioso também é o caso de Irvin Rosenfeld, que durante os últimos 28 anos (atualmente ele tem 56 anos) recebeu do governo do EUA cerca de 10-12 baseados por dia e isso até hoje não parece ter causado todos esses efeitos maléficos, pois ele ainda exerce seu cargo como corretor da bolsa.

Pena que nunca saberemos o "tamanho" do cérebro dele.

Agora, pra fechar o post, mais uma pérola do Terra!

http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI3983070-EI8147,00-Brownies+com+maconha+no+recheio+podem+causar+doencas.html

Vamos começar pelo título: "Brownies com maconha no recheio podem causar doenças".

Quando eu li esse título eu já sabia que se tratava de alguma coisa idiota, porque não faz sentido nenhum. Por que eu contrairia alguma doença por simplesmente comer um space cake? Na verdade, se você quer ficar chapado, esse é o jeito mais seguro de todos (e mais intenso).

"Os sintomas apresentados incluíam tonturas, tremores, mudanças de humor, bocas ressecadas e uma fome incomum." - Eu adoro ler as explicações de como é "ficar doidão" quando os querem usar termos mais sérios pra alarmar mais as pessoas. Imagina uma ressaca sendo descrita por uma pessoa dessas.

"...cinco professores adoeceram, e o filho já adulto da professora que havia comprado os doces também apresentou os mesmos sintomas." - Quando eu li "adoeceram" já tomei um susto, adoecer seria "tornar-se a ficar doente".

Lendo a notícia na íntegra, percebe-se que na verdade, a única coisa que aconteceu foi que simplesmente compraram sem querer brownies feitos com maconha. hahahaha

"Todos se recuperaram." - Todos se recuperaram... ok, mas e a tal "doença" que o brownie causa?

Aqui vai a explicação:

"Tradução: Pualo Migliacci ME"

Nos comentários já se vê a revolta e a explicação dos leitores sobre o erro tosco e primário feito (propositalmente?) pelo tradutor. Dei uma lida e separei os melhores:

A reportagem original diz sickened, e ill, que podem significar Enjoados, nauseados! Irresponsabilidade da parte do tradutor dizer tal coisa, até porque não faz sentido usar o termo 'doença'!

Isso rende um belo processo por difamação e ainda levanta uma polêmica a favor da maconha, mostrando como a mídia manipula a informação descaradamente.

DOENÇA??? qual foi a patologia ??? alguem pode me explicitar?? Doença?? é por DESinformaçoes como esta que o preconceito se mostra e cresce.


E agora o que até eu quero saber:

"SERÁ QUE ELE FAZ ENCOMENDA ?" hahahaha

Mais posts em breve, isso é só a ponta do iceberg. Não sei quem frequenta o blog, mas a atualização escassa se deve a amigdalite que tive esses dias.

domingo, 4 de julho de 2010

Li por aí

A precisa imprecisão da mídia quando o assunto é maconha


http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2286761-EI298,00.html - "Fumar um cigarro de maconha equivale a um maço de cigarros de tabaco em termos de risco de câncer de pulmão, disseram cientistas da Nova Zelândia, alertando para uma "epidemia" de câncer de pulmão associada à maconha."

"Epidemia" não
é "demais" não? O uso da maconha é milenar, se fosse tão ruim assim, isso já não teria acontecido? Mas beleza...

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1797613-EI8147,00.html - "Fumar um cigarro de maconha tem os mesmos efeitos sobre os pulmões humanos que fumar entre 2,5 e 5 cigarros compostos unicamente de tabaco, ressalta um estudo realizado na Nova Zelândia e divulgado na noite de segunda para terça-feira no site da revista especializada Thorax."

A maconha da Nova Zelândia deve ser muito boa mesmo...

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http://boasaude.uol.com.br/lib/showdoc.cfm?LibCatID=-1&Search=maconha&CurrentPage=0&LibDocID=2747 - Vamos lá... o título: "Habito de fumar maconha ligado ao enfisema", ok. Agora vamos ao que esta escrito:

1º - "Todos os homens também fumavam cigarros ou charutos, mas não na quantidade normalmente necessária para causar enfisema." Então não é "somente" o hábito de fumar maconha. Pra variar, muitas dúvidas...

2º - "Pode ser que estes dois elementos juntos possam explicar esta associação," disse Johnson. Ele acrescenta que este estudo, relatado na edição de março da revista Thorax, enfisema visto nestes homens." - Pode ser que possa??? Muita certeza para um título tão afirmativo.

O título da notícia é "Hábito de fumar maconha ligado ao enfisema", sendo que o cientista afirma que: "não pode determinar conclusivamente que o hábito de fumar maconha foi a causa do tipo de enfisema visto nestes homens."


3º - "Estudos que tentaram comparar quantidades de maconha e quantidades de fumo de cigarros levam à conclusão de que três a quatro cigarros de maconha por dia é tão danoso aos seus pulmões como fumar um maço de cigarros por dia," - Outra comparação com o cigarro que, mais uma vez, se mostra extremamente "imprecisa". Não há consenso.

4º - Pra fechar com chave de ouro: "O que eu gostaria de ver é um estudo projetado adequadamente para ver se esta associação é verdadeira," Johnson acrescenta." - Eu também gostaria! hahaha...



Obs: http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeitos_da_maconha_%C3%A0_sa%C3%BAde#Aparelho_respirat.C3.B3rio -"Há uma certa polêmica com relação aos efeitos da maconha no aparelho respiratório. Como as pesquisas dos efeitos da maconha são mais recentes do que as produzidas sobre o tabaco, os resultados tendem a ser controversos e preliminares. Contudo, uma suposta pesquisa da OMS (Organização Mundial de Saúde) a qual teria sido censurada por motivos políticos informa que a maconha não causa bloqueio das vias respiratórias, enfisema pulmonar ou qualquer outro dano às funções pulmonares."